Osteocondrite Dissecante
Dr. Joel Murachovsky Especialista em Cirurgia de Ombro e Cotovelo
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OSTEOCONDRITE DISSECANTE DO COTOVELO Causas, Sintomas e Tratamento
A osteocondrite do cotovelo é causa de dor no cotovelo e representa 6% de todas as osteocondrites. Mais comumente acomete indivíduos na 2º década de vida, sendo rara antes dos 10 anos e depois dos 55 anos de vida. Na maioria dos casos ocorre em pacientes do sexo masculino (85% dos casos), sendo boa parte desses, atletas de arremesso. Pode acometer pacientes do sexo feminino, sendo mais comum em ginastas. Geralmente o lado dominante é o lado afetado e, em, aproximadamente, 20% dos casos ocorre em ambos os cotovelos.
A osteocondrite dissecante do capítulo ocorre após a fusão do seu centro de ossificação e é resultado de traumas sobre seu osso subcondral, ou seja, o osso localizado logo abaixo da cartilagem, contudo a causa exata dessa patologia ainda não está bem estabelecida. Porém , sabe-se que em atletas de arremesso, o gesto esportivo leva a uma sobrecarga seguida sobre a articulação radio-capitelar e é essa sobrecarga que provavelmente, vai deteriorando o osso subcondral. A análise histológica inicial é de uma necrose avascular. O que ocorre depois é a perda do suporte ósseo dessa cartilagem e sua fragmentação, levando a formação de corpos livres articulares. Esses corpos livres podem levar a bloqueios de repetição e dor, além de sinovite .
Geralmente, o paciente é um atleta jovem, que reclama de dor no cotovelo, mais na sua porção lateral. Essa dor piora com o gesto esportivo e melhora com o repouso. Pode haver uma perda pequena da extensão do cotovelo de 15 a 20º. Em casos com presença de corpos livres o atleta reclama de bloqueios freqüentes e pode reclamar de crepitação. Ao exame desse paciente, observa-se edema local, dor a palpação da porção lateral do cotovelo, e perda pequena da extensão do cotovelo.
A doença de Panner lembra muito a osteocondrite do capítulo, mas ocorre na fase em que o centro de ossificação ainda está ativo, ocorrendo necrose avascular e subseqüente recalcificação local.
O Raio-X do cotovelo pode ser normal se a doença estiver em sua fase inicial. Com a progressão da doença é possível se observar uma rarefação óssea no território do capítulo e eventual esclerose subcondral. Com a progressão da doença é possível se observar a presença de um defeito ósseo e, depois, um aplanamento do capítulo. A presença de corpos livres (30% dos casos) também podem ser analisados por meio de radiografias simples (contudo a maioria dos corpos livres não são visíveis ao Raio-X). Em casos mais crônicos é possível se observar uma alargamento da cabeça do Radio, fechamento prematuro da fise de crescimento do terço distal do úmero e lesões degenerativas relacionadas a incongruência articular radio-capitelar.
A tomografia computadorizada pode mostrar em maior detalhes a área de lesão óssea, já Ressonância magnética pode mostrar alteração de sinal no território do capítulo , confirmando a osteocondrite dissecante mesmo em suas fases iniciais.
De início o tratamento é conservador (desde que não tenha fragmentos destacados) com repouso do membro acometido, gelo e analgésicos. Já o tratamento cirúrgico é indicado na falha do tratamento conservador, quando há a presença de corpos livres articulares, contratura em flexão. Tal tratamento pode ser realizado por meio da artroscopia do cotovelo com bons resultados.
No Período pós-operatório o paciente é estimulado a movimentar o cotovelo, órteses podem ser solicitadas para ajudar no ganho da amplitude de movimento. O gelo e analgésicos são importantes coadjuvantes. Após, o paciente é orientado a ganhar força do membro acometido, trabalhando não somente o cotovelo, mas o punho e Mão. O retorno ao esporte é liberado quando radiografias mostram a remição da doença e o paciente apresenta a musculatura do membro acometido equilibrada. Particularmente eu gosto de orientar ao atleta para que nesse momento inicie o retorno progressivo ao arremesso, seguindo um programa específico para isso.
Para prevenir essa lesão deve-se respeitar o número de arremessos que esse paciente pode realizar durante treinos e jogos, que é baseado na idade do atleta.
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