Lesão do Bíceps distal (ruptura)
texto de Dr. Joel Murachovsky Contatos: 11-32570763 ou 11- 37391334
LESAO DO TENDAO DO BICEPS DISTAL (RUPTURA) Causas, Sintomas e Tratamento
A lesão do tendão distal do bíceps não é comum, mas sua incidência vem crescendo o aumento de pessoas realizando prática esportiva.
Essa lesão é causa de dor na região anterior do cotovelo e pode ser incapacitante, embora na maioria dos casos o paciente reclame de dor, mas consegue realizar os movimentos do cotovelo.
Na maioria das vezes ocorre em homens da meia idade (entre 50-60 anos), trabalhadores braçais ou que realizam musculação, que contam sofrerem uma dor aguda ao tentar segurar objeto com braço semi flexionado, ou a tentativa de flexionar o cotovelo contra resistência. O mais comum é acometer o lado dominante.
Geralmente, o paciente se queixa da dor aguda ao nível do cotovelo, há um edema local e equimose. O próprio paciente refere perceber uma deformidade ao nível da face anterior do cotovelo, especialmente ao realizar a flexão e extensão do cotovelo.
Ao examinar o paciente percebemos também a ausência do tendão do bíceps na fossa cubital, teste que chamamos de teste do gancho. Além disso percebemos uma perda pequena da força de flexão do cotovelo, mas uma perda mais significativa da supinação do antebraço. (movimento de girar o antebraço levando a mão para cima)
O exame de ressonância magnética confirma o diagnóstico de lesão do tendão do bíceps. Devemos lembrar que por vezes pode-se se ter um rompimento parcial do tendão.
O tratamento conservador é indicado para pessoas sedentárias que reclamam de pouca dor, mas é muito difícil encontrar esse tipo de lesão nesse grupo de pacientes e, em certos tipos de lesões parciais. Pacientes com risco de complicação durante a cirurgia têm contra-indicação relativa para a realização da cirurgia. Lesões acima de três semanas torna o procedimento muito mais difícil e deve ser conversado com o paciente da não possibilidade de fixação do tendão junto a sua posição original.
O tratamento cirúrgico é o mais recomendado para essa lesão.
Nos casos agudos preferimos a técnica de duas incisões, pois acreditamos ser mais anatômica, mas isso é uma questão de preferência. Uma via de acesso é realizada de 1 a 2 cm na prega da fossa cubital (região anterior da dobra do cotovelo), o tendão do bíceps é achado e isolado, fazemos o reforço do tendão e com uma pinça especial passando junto ao osso rádio aonde o bíceps deveria estar preso demarcamos o local aonde devemos fazer a 2ª incisão , lateral no antebraço de 3 a 5 cm.
A tuberosidade do rádio (local aonde o tendão do bíceps deve estar preso) é exposta e a preparamos para que o tendão possa ser recolocá-lo no local e o prendemos com pontos que passam por dentro do osso .
Após a cirurgia o paciente é imobilizado por 1 semana. Após uma semana inicia movimentos passivos de flexo-extensão do cotovelo deitado e pronação e supinação. Após mais 2 semanas é liberado para realizar a flexo-extensão ativa deitado e passiva de pé. Ao final de 6 semanas todos os movimentos são liberados, contudo sem qualquer resistência. Após 2 meses inicia trabalho de fortalecimento isométrico leve e com 3 meses fortalecimento isotônico.
Nos casos de lesões crônicas tem-se duas opções: solidarização do tendão do bíceps junto ao braquial, indicado para pacientes mais velhos que a perda de força de supinação não atrapalhe nas suas atividades da vida diária ou, a recontrução com enxerto de tendão. No Brasil como ainda não temos muitos bancos de tecidos disponíveis e tendões não são captados nesses bancos, a opção é a utilização de um tendão do próprio paciente ( mais comumente usado é o semitendineo). Esse tendão apos ser retirado é preso ao corpo muscular do bíceps e a seu tendão retraído por meio de pontos de sutura e preso ao local aonde o tendão do bíceps deveria ser preso junto ao osso pela mesma técnica explicada previamente.
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